O dia 27 de novembro de 2021 ficou marcado para sempre na memória dos moradores de Bernardino Batista, no Sertão da Paraíba. Naquela noite, a violência ceifou a vida de um homem de bem, trabalhador, pai de família e amigo de todos: Manoel Neto Ferreira. Uma execução brutal, sem chance de defesa, na frente de pessoas inocentes, incluindo sua própria filha.
O silêncio de uma praça foi quebrado pelo som covarde dos disparos que calaram uma vida e deixaram marcas eternas no coração de quem ficou. Foram momentos de terror que se transformaram em dor, revolta e luto.
O rosto da covardia
Na última sexta-feira, após um longo processo, a Justiça enfim deu uma resposta à sociedade. O réu Sílvio Egídio Santos, que deveria honrar a farda como policial penal, se revelou um criminoso frio, capaz de tirar a vida de outro ser humano de forma bárbara. Não bastasse executar Manoel Neto, ele ainda atentou contra a vida de Valdifrance Batista de Andrade, que sobreviveu por milagre, e deixou ferido João Batista Alves dos Santos.
O Tribunal do Júri não teve dúvidas: Sílvio agiu com extrema crueldade, de forma traiçoeira, surpreendendo as vítimas, que não tiveram sequer a chance de se defender.
Uma sentença que traz algum alívio
A sentença foi clara: 24 anos de prisão, em regime fechado. Uma pena que, embora nunca vá reparar a dor da família, representa uma resposta da Justiça contra a barbárie. Que fique registrado na história: não há lugar para assassinos frios como este entre homens de bem.
A juíza Francilucy Rejane de Sousa Mota Brandão, ao proferir a sentença, ressaltou o grau elevado de crueldade do crime. “O réu, que deveria ser exemplo como agente da segurança pública, escolheu o caminho da violência e da morte. Agiu consciente, afrontando a lei e a vida humana”, destacou a magistrada.
Uma cidade ferida
A pequena cidade de Bernardino Batista ainda chora. As feridas abertas naquela noite estão longe de cicatrizar. Manoel Neto era mais do que uma vítima. Era um pai, um amigo, um cidadão querido, arrancado da vida de forma brutal e injustificável.
A revolta da comunidade se mistura com o alívio da condenação. Mas nada, absolutamente nada, poderá devolver o sorriso de Manoel, nem apagar o terror vivido por sua família, que presenciou tamanha crueldade.
Que sirva de exemplo
O nome de Manoel Neto Ferreira jamais será esquecido. Sua memória seguirá viva na luta contra a violência, na exigência de uma sociedade mais justa e no compromisso de nunca aceitar que o crime fale mais alto que a vida.
Que a condenação de Sílvio Egídio sirva de exemplo: não há impunidade para quem escolhe o caminho da morte. A justiça tarda, mas chega. E hoje, ela foi feita.