Um escândalo revoltante vem à tona no município sertanejo de Joca Claudino, no alto sertão da Paraíba. Em meio a filas por atendimento médico, carência de medicamentos, programas sociais sucateados e escolas precárias, a gestão do prefeito Rinaldo Cipriano de Sousa resolveu gastar mais de meio milhão de reais (R$ 460 mil) em apenas dois shows musicais para celebrar o aniversário de emancipação política da cidade, que sequer possui três mil habitantes.
A denúncia explodiu após o portal Araponga Notícias obter acesso a documentos oficiais que revelam dois contratos firmados sem licitação, beneficiando artistas de renome nacional. O primeiro, de R$ 300 mil, foi assinado com a empresa Taty Girl Gravações, Edições Musicais e Eventos LTDA, para uma apresentação de apenas 1h30min. O segundo, no valor de R$ 160 mil, foi firmado com a MZX Entretenimento, responsável pelo show do cantor Toca do Vale. Ambos os shows estão previstos para o dia 23 de julho de 2025.
Enquanto os contratos milionários são fechados para festas, a população amarga falta de médicos, exames básicos, ambulâncias sucateadas e escolas sem merenda de qualidade. A cidade também enfrenta um cenário alarmante de vulnerabilidade social, com famílias desassistidas por programas sociais e infraestrutura em colapso.
Relatórios recentes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) mostram que, até junho de 2025, vários municípios já comprometeram mais de 55% dos recursos destinados a festividades para todo o ano, superando, inclusive, investimentos em saúde e educação. Joca Claudino é um exemplo escancarado dessa inversão de prioridades: enquanto o povo sofre, a prefeitura escolhe festejar com cifras escandalosas.
Com pouco menos de 3 mil habitantes, o gasto de mais de R$ 460 mil representa um custo de aproximadamente R$ 153,00 por cidadão. Um valor surreal em um município onde faltam recursos para o básico. Para piorar, os contratos preveem o pagamento antecipado de até 40% dos valores, além de exigirem que a prefeitura cubra todos os custos de estrutura de palco, som, iluminação, camarins, hospedagem, transporte e alimentação dos artistas.
A gestão do prefeito Rinaldo Cipriano ignora os alertas do TCE e segue gastando como se vivesse em uma capital. Enquanto isso, postos de saúde funcionam de forma precária, medicamentos estão em falta, e crianças enfrentam dificuldades para estudar em escolas que sequer têm infraestrutura adequada.
Moradores ouvidos pelo Araponga Notícias relatam indignação e sensação de abandono. “A gente vive pedindo socorro no hospital, não tem médico, e a prefeitura vai gastar mais de meio milhão com festa? Isso é um deboche com quem mora aqui”, lamenta uma moradora da zona rural.
Diante do cenário de calamidade em serviços básicos e da euforia com atrações musicais milionárias, a população começa a questionar: quantas vidas poderiam ser salvas com esse dinheiro? Quantas famílias poderiam ser assistidas? Quantas escolas poderiam ser reformadas?
Em vez de investir na dignidade do povo, a gestão vergonhosa e desrespeitosa com o ser humano capitaneada pelo prefeito Rinaldo Cipriano, escolheu o caminho do populismo festivo e do desperdício, agravando o sentimento de revolta de uma população que clama por respeito, saúde e educação, não por fogos, palco e luzes.
Araponga Notícias seguirá acompanhando esse caso com rigor jornalístico e compromisso com a verdade. A sociedade de Joca Claudino merece respostas — e acima de tudo, respeito.